Os resultados do PPSUS se transformam em treinamentos para os profissionais de saúde e em materiais voltados para a população, como cartilhas e vídeos educativos. De acordo com especialistas e gestores, todos os projetos apresentaram bons resultados, abrindo perspectivas de melhores tratamentos na saúde pública de Alagoas e potencial de incorporação ao SUS local.
Os estudos são fruto do edital lançado em 2016 através de parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Alagoas (Fapeal), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Ministério da Saúde – por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os pesquisadores abordaram aspectos específicos da realidade local, com a perspectiva de que os novos conhecimentos, soluções e produtos fiquem disponíveis para serem incorporados aos serviços de saúde pública e oferecidos à população, através dos gestores de saúde estaduais e municipais.
Temas de destaque
Leishmaniose – Dois estudos trataram da doença, que atingiu patamar de epidemia este ano, com 65 casos registrados até este mês de outubro. O uso da Própolis Vermelha de Alagoas apresentou resultados significativos na proteção do fígado, baço e rins contra os efeitos coletarais da única medicação disponível para a doença, o Glucantime. No entanto, outro estudo observou potencial da planta jurubeba em exterminar o protozoário que infecta homens e animais, provocando a doença.
Zyka, Dengue e Chikungunya – As arboviroses mais comuns no país foram exploradas em aspectos distintos, com pacientes tratados do SUS de Alagoas. Um deles se focou em conhecer bem os tipos de vírus e antecipar suas possíveis mutações, além de testar métodos de diagnóstico e tratamento. Outro focou especificamente nos problemas de audição associados à microcefalia em bebês, de fundo neurológico.
Síndromes genéticas – Fendas orais e distúrbios de diferenciação do sexo são condições que precisam de diagnósticos cuidadosos, tratamentos complexos de longa duração e equipes multiprofissionais. As condições são raras, mas nem tanto, e envolvem aspectos familiares, psicológicos e sociais. A população de todo o estado conta com atendimento adequado e de referência nacional no Hospital Universitário Alberto Antunes.
Toxicidades – Servem de alerta os estudos que envolvem resíduos e poluentes encontrados em água, alimentos e no corpo humano. Dois estudos detectaram concentrações perigosas de elementos químicos nas águas e peixes das lagoas Manguaba e Mundaú. Outro avaliou a utilização de agrotóxicos em horticulturas do interior de Alagoas, encontrando pessoas adoecidas e sugerindo que, em comparação, a opção por produzir orgânicos seria viável.
Própolis Vermelha de Alagoas – O quilo do produto já custou R$ 50, mas hoje chega a R$ 1 mil. Além do resultado ligado à leishmaniose, um estudo comprovou sua eficácia cicatrizante no tratamento de escaras. Outro observou significativa atividade antiviral invitro, para a Chikungunya.
Saúde Mental – Uma técnica inovadora treinou professoras do Ensino Básico para ensinar competências de concentração, organização planejamento e memória, ou seja, as funções de autorregulação. O resultado foi significativo até mesmo no nível de estresse das mães.
Outros temas explorados foram a qualidade de vida em portadores de câncer de saúde e pescoço, o uso do barbatimão para o tratamento do câncer de colo de útero, nutrição, relações públicas, comunidades quilombolas e história do SUS.
Com Agência Alagoas