.gif)
Ela teve 70% do corpo queimado em um acidente doméstico. Teve cabeça, tronco e braços atingidos por queimaduras de até terceiro grau. Manuela Herculano, vendedora, 30 anos, foi paciente do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE) – que é referência no atendimento de pacientes vítimas de queimaduras, e onde ficou internada durante dois meses e 10 dias. A paciente, que quase perdeu a vida devido à gravidade das queimaduras, hoje é um exemplo de superação e, com muita garra, está cheia de planos para o futuro.
A história hospitalar de Manuela começou em fevereiro de 2013. Epilética, a paciente teve uma crise convulsiva enquanto preparava o café da manhã, no fogão de sua residência. Com a crise, Manuela se inclinou próximo às labaredas, que atingiram seus cabelos e se espalharam pelo seu pescoço, tronco e braços. “O fogo se expandiu rapidamente, corri para o quintal e consegui, sozinha, apagá-lo. Meu filho, na época com oito anos, foi quem me auxiliou, chamando os vizinhos, que entraram em contato com o Samu e, após o atendimento emergencial, fui encaminhada ao HGE”, relatou.
De acordo com o médico cirurgião plástico do HGE e um dos responsáveis pelo tratamento de Manuela, Kristhian Cavalcante, as queimaduras foram de primeiro grau no rosto da paciente, atingindo a testa. No pescoço, orelhas, peito e barriga foram de terceiro grau. “A Manuela fez cirurgias reparadoras. Seus rins e pulmões foram atingidos pelo processo da queimadura, foram vários desbridamentos na barriga, braços e mãos”, explicou.
Ainda segundo Kristhian Cavalcante, Manuela Herculano “é uma guerreira e está sempre firme no tratamento, enfrentando as dores, mas decidida. O grande queimado, após a alta médica, retoma a sua vida normal, mas, para a autoestima deles não ficar enfraquecida, algumas cirurgias são necessárias. É o caso de Manuela, que ainda fará cirurgia no pescoço, seios e orelhas”, explicou o cirurgião.
Superação
Com o tempo, Manuela Herculano retomou sua vida normal e relata que percebe alguns olhares diferentes em sua direção, mas, sente-se feliz por estar viva.
“A vida é um presente e a recebi duas vezes. Percebo sim os olhares com um misto de pena e, às vezes, surpresa e um certo desprezo. Mas, sou grata as pessoas que me devolveram a vida. Olho para meu filho, razão de viver e agradeço a Deus por estar viva”, salientou.
A paciente do HGE também agradeceu aos profissionais que a atenderam em um local direcionado para pacientes com queimaduras.
“Eles não desistiram de mim e pegaram alguém com 70% do corpo queimado, toda inchada, cuidaram e acreditaram na recuperação. Com tanta gente confiando que eu me recuperaria, eu não podia desistir”, destacou a vendedora, emocionada.
Com Agencia Alagoas
Foto: Carla Cleto
